Neste momento estão 7 famílias a ser despejadas e as suas casas demolidas no bairro do Talude, Catujal, pela Câmara Municipal de Loures, sem que qualquer alternativa de habitação adequada seja apresentada, mandando para a rua várias famílias com crianças.
Estamos a falar de 5 agregados familiares com mulheres chefes de família que cuidam sozinhas dos filhos. No grupo inclui-se uma mulher grávida que está doente e aguarda vaga para uma operação cardíaca, um senhor idoso e muito doente, e também cinco menores de idade e dois 2 recém-nascidos. A maioria são pessoas desempregadas em situação de procura de emprego. Mas há também mulheres empregadas formalmente cujo rendimento não é suficiente para aceder a uma habitação.
Estas famílias, não conseguindo encontrar uma alternativa de habitação não tiveram outra alternativa que não fosse construir uma barraca. Este é o país que voltou a atirar as pessoas para situações em que não lhes resta outra opção que não a construção de barracas.
Enquanto o governo nos entretém com o lançamento caótico e atabalhoado de medidas para habitação que falham redondamente por não abordarem os problemas fundamentais e as causas da crise de habitação, nem criarem medidas imediatas de estancamento da crise, os despejos e a emergência habitacional continuam a fazer-se sentir, e as pessoas são atiradas para a rua pelo próprio Estado.
As famílias do bairro do Talude, como todas as pessoas, têm de ter acesso a uma habitação adequada, não são elas as responsáveis de viverem numa barraca, mas as políticas que incentivam à inacessibilidade da habitação.
Várias organizações estão presentes e tentam parar o despejo, opondo-se à barbárie do sistema que apenas defende a propriedade e o lucro e atira as pessoas para situações cada vez mais insustentáveis de pobreza e para a rua.