A Habita pertence a todas as pessoas e comunidades. Às que são exploradas pela lei dos mais fortes e que veêm comprometido o próprio direito a viver numa casa e ambiente dignos. Somos activistas e desenvolvemos as nossas estratégias a partir da prática diária com todas as pessoas diretamente afetadas que estão dispostas a lutar pelos seus direitos. Esta luta é uma actividade diária que nos leva a viver uma vida mais íntegra e digna: conseguir uma casa, resistir a um despejo ou a salvar uma praça da privatização ou outro equipamento importante para a vida da comunidade.
A cidade é de quem a vive, a casa de quem a Habita!
As cidades vivem do trabalho das pessoas, de todos nós, e quem sustenta a vida da cidade deveria ter o direito de lá viver. Como tal, a habitação tem a função social de alojar pessoas e não pode estar subordinada a interesses que transformam as nossas casas num produto de investimento para acumular capital.
Habitação é casa não é negócio!
Tal como não é aceitável que alguém morra à porta do hospital só porque não tem dinheiro para pagar, não podemos permitir que haja quem não tenha onde viver. Acreditamos que todas as pessoas devem morar numa casa de tamanho adequado à família e com condições de salubridade. Uma casa servida por bons transportes públicos, escolas e parques, comércio e outros serviços. Uma casa que a família possa sustentar, continuando a poder usufruir de tudo o que é necessário à vida.
Tirem as mãos das nossas casas!
Queremos uma sociedade em que a discriminação não seja tolerada nem que um grupo domine os outros: a nossa luta é interseccional, somos anti-capitalistas, feministas, anti-lgbtfobia, anti-racistas. Vemos o apocalipse climático como consequência do capitalismo e acreditamos que só a partir das bases, juntos/as, podemos salvar o planeta da voracidade do lucro, do egoísmo e da ganância. A nossa luta é pela casa, pelo bairro, pela cidade e cruza-se com muitas outras lutas, e com todos/as aqueles/as que decidiram não desistir, resistir e sonhar!
Contra os despejos e expulsões!
Ninguém pode ser despejado sem que antes se encontre uma alternativa digna de habitação!
Mais habitação pública e social!
Há milhares de famílias em lista de espera e muitas mais que já desistiram de se candidatar. Queremos mais habitação pública de qualidade e integrada na malha urbana, com serviços e equipamentos.
Limite para as rendas e estabilidade dos contratos!
A liberalização do arrendamento criou uma onda especulativa no mercado habitacional que é incompatível com os rendimentos reais da população e que precarizou os contratos de arrendamento. O mercado tem que ser regulado para garantir o bem-estar e estabilidade da familia.
Fim aos incentivos públicos à especulação!
Fim dos vistos gold, residentes não habituais e das várias isenções fiscais aos especuladores que são responsáveis pelo super inflacionamento dos preços.
Redução dos apartamentos turísticos!
A habitação foi posta ao serviço do turismo, reduzindo o stock de habitação e aumentando as rendas. As nossas cidades não são parques temáticos subordinados ao turismo! Além de regular, é preciso reduzir o número de apartamentos em regime de alojamento local.