Moradores e movimentos forçam a CMLisboa a dar alojamento às famílias desalojadas

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Habita!

O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, acredita que uma casa deve ser merecida: e merecê-la para ele significa que as famílias têm de renunciar a pôr comida na mesa para poder pagar uma renda.

Entre o final de Fevereiro e meados de Março, a Câmara Municipal de Lisboa despejou cerca de 70 pessoas do Bairro Alfredo Bensaúde (Olivais), deixando dezenas de crianças, mulheres e homens desesperados nas ruas. Quando os habitantes e os colectivos de solidariedade se mobilizaram contra os despejos, a resposta foi enviar a polícia, porque para o presidente da Câmara Fernando Medina as crianças despejadas não mereciam um lar.

Durante semanas as famílias acamparam no bairro, debaixo de lonas e dentro de carros e carrinhas: o medo nos seus corações de serem infectados pelo vírus, incapazes de aceder a água corrente, sem luz, sem um telhado seguro.

Só a dura luta das famílias despejadas, dos habitantes do bairro, de muitos colectivos de solidariedade fez com que, ao fim de mais de um mês, para o período da epidemia as famílias tivessem sido realojadas em apartamentos que até agora serviram para alojar turistas.

Sim, leram bem, apenas durante o período da epidemia, porquê? Porque a Câmara Municipal de Lisboa acredita que essas crianças não merecem uma casa.

Hoje estamos felizes por estas famílias terem finalmente um tecto sobre as suas cabeças e poderem enfrentar a quarentena em condições higiénicas e seguras. Agradecemos ao Colectivo de Moradores de Bensaúde, ao Colectivo de Moradores da Ameixoeira, ao colectivo Stop Despejos, Pastoral dos Ciganos, Sos Racismo e a todas as pessoas que trouxeram a sua solidariedade.

Nós, da Habita, prometemos que a luta não acaba aqui: lutaremos sem descanso para que as pessoas tenham a casa a que têm direito, uma solução permanente e adequada.
Continuamos a lutar para que todas as pessoas na rua vivam em condições dignas, sob um tecto seguro.

A casa é um direito fundamental, consagrado na Constituição, apesar do que pensa a Câmara Municipal de Lisboa e o presidente Fernando Medina.



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