Esta segunda-feira, duas famílias foram despejadas pela Câmara Municipal de Lisboa (CML) das casas que habitavam em Chelas. Nenhuma alternativa habitacional foi apresentada e não houve acompanhamento social – como é hábito – mas polícia, bastante.
Uma das famílias, a da Patricia, está há muitos meses com a Habita na luta pelo direito a habitação e já tinha tentado resolver o seu caso tanto na CML como na Assembleia Municipal.
[leiam o artigo do Diário de Notícias sobre o caso da Patricia]
Na manhã do despejo, a Santa Casa da Misericórdia (SCML) não encontrou qualquer solução para realojar a família. Então, a Habita e a Stop Despejos acompanharam a Patrícia ao gabinete da habitação da CML onde foi muito difícil conseguir que ela fosse recebida. Felizmente, a Patrícia é uma lutadora e nós somos teimosos: podemos agora celebrar o facto de, à tarde, terem aparecido soluções que de manhã não existiam: alojamento temporário e perspectivas de apoio à renda pela SCML.
Mas é preciso que mantenhamos a atenção focada: o alojamento é apenas para 3 dias e a Patrícia tem até quinta-feira uma missão (impossível?): encontrar nesse prazo uma casa dentro de parâmetros apertados: um senhorio disponível para alugar uma casa, com contrato legal e com uma renda que não exceda em muito o seu salário, para que a Santa Casa apoie com o resto da renda, eventualmente com os meses de caução e, possivelmente, que se assuma como fiador… Veremos.
Para já, retiramos duas conclusões e fazemos uma pergunta:
1. Dá um trabalhão fazer funcionar os serviços públicos!
2. Dá uma ideia do que significa o encaminhamento para os serviços sociais que a CML sempre menciona quando é questionada sobre estes casos.
3. E a família despejada que não foi acompanhada pela Habita, como está sendo acompanhada?
Continuamos a lutar em defesa do direito à habitação! Continuamos a lutar com a Patricia e com todas as famílias até que TODOS/AS tenham uma habitação condigna e adequada!
ACTUALIZAÇÃO // 31.07.2019 – 13h00:
RESULTADOS DE UMA BOA LUTA!
Novo Acordo: O Hostel será assegurado enquanto a família não tiver casa arrendada! E, quando aparecer uma casa conveniente, a Santa Casa da Misericórdia apoia com o mês de caução e depois com um subsídio de renda!
Estamos todas de parabéns: a família, os activistas e até as instituições!!