É hora de questionar a história e disputar as raízes da nossa república. Para nós, o 25 de abril não é realizar um acto de memória, longe e inacessível, mas ligar as nossa lutas de hoje com as lutas do povo português que na experiência de 25 de Abril de 1974 tentou um caminho de emancipação autónoma no PREC, no SAAL e nas comissões de moradores que revitalizaram radicalmente a democracia de base sacrificada no altar da geopolítica mundial do fim dos anos setenta.
Mas não queremos apenas celebrar um dia passado. Queremos recordar como a rebeldia e a insubmissão ao poder neoliberal em continuidade com a rebeldia revolucionaria e as práticas políticas emancipatórias da experiência do povo de abril estão vivas e precisam-se.
O que celebramos no 25 de Abril? Em teoria, a Liberdade. Mas cada vez mais essa liberdade não chega nem para arrendar casa nem para construir uma casa precária. Recordamos, por exemplo, como as ocupações de 1974 são ainda celebradas mas as ocupações de hoje são fortemente reprimidas.
Questionamos uma democracia que se dá ao luxo de ignorar protestos. Questionamos um poder político que destrói casas e expulsa pessoas, ignorando as suas próprias leis. Por isso, 25 de Abril encontramo-nos às 14h30 na Rua Joaquim António de Aguiar (lá para baixo, já ali quase na Rotunda do Marquês) para descer a Avenida juntes até ao Rossio.
Para cada despejo, mil ocupações!
//O bloco “das lutas pela habitação” é organizado pela rede de coletivos e organizações que promoveu a manifestação “Casas para viver” .
//O desfile popular começa às 15h00 no Marquês de Pombal e termina no Rossio.